Minhas experiências pessoais no CICD
Por Akos Koncs, Hungria / Equipe de ativistas da pobreza fevereiro de 2024
Quando criança, eu era um entusiasta da África. Li muitas histórias de caçadores-escritores do século XIX, achei muito romântico.
Mais tarde, meu interesse se voltou da beleza natural africana para a sociedade africana, e foi isso que me levou a estudar antropologia cultural na universidade. Mas ter o meu diploma nas mãos senti uma desilusão, porque no meu país não há programas para África.
A Hungria nunca teve colónias em lado nenhum, talvez por isso não tivémos muitos programas de ajuda a este continente. As pouquíssimas ONGs que tínhamos, tinham dois grandes problemas: lutavam com a falta de recursos financeiros e não tinham um programa educacional próprio pensado para o país onde suas missões funcionavam.
Então, comecei a olhar ao redor na Europa – foi assim que encontrei o CICD.
Escolhi o programa Poverty Activist de 12 meses, onde estudamos 5 meses na faculdade em Eastern Yorkshire, Reino Unido, e depois vamos para a África por 6 meses para o período do projeto. No final, vamos durante um mês para "trazer ao público" para diferentes cidades europeias, onde fazemos apresentações sobre as nossas experiências.
Mas era outro problema: a propina... Felizmente o CICD tem um programa de bolsas brilhante, o que significa que podemos angariar uma bolsa para cobrir os custos, juntando-nos à equipa Gaia e apoiando a escola durante até 6 meses antes do programa de 12 meses. Esta foi uma solução brilhante para mim.
Então aqui no CICD eu comecei meu programa, e durante os últimos 4 meses e meio eu aprendi muito. Mas se você me perguntar: "Isso foi suficiente?" – eu devo dizer "não".
Agora – apenas 3 semanas antes de partir para o Malawi por 6 meses – depois de 5 anos na universidade como antropólogo, visitando 11 vezes a África como turista – ainda não sinto que sou supereducado sobre a África.
Mas o mais importante que aprendemos aqui na faculdade não foi o conhecimento teórico sobre os países exatos - esse conhecimento que podemos obter de outras fontes.
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Foi a abordagem para obter o conhecimento.
Investigar as fontes dos problemas sociais, reconhecer as raízes da desigualdade – isso dá esperança de encontrar o caminho para resolvê-la.
Claro que este programa não é para todos. Alguns chegaram aqui com grandes expectativas – e deixaram o programa depois de alguns meses. Viver longe da família e estar longe do seu "velho modo de vida" não é tão fácil quanto parece.
Mas ninguém prometeu que será fácil.
Muitos dizem "você vai tirar do programa o quanto quiser tirar dele" - absolutamente verdade.
Aqui no CICD representamos 15 países (Brasil, Portugal, Espanha, Grã-Bretanha, França, Itália, Colômbia etc.) Isso oferece uma enorme oportunidade de aprender uns com os outros (cultura, língua, culinária).
Mas, na minha experiência, todos vão para casa com mais experiências do que quando chegaram.